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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Grandes Cientistas: Maria Göppert-Mayer

Maria Göppert-Mayer
Nascimento: 28 de junho de 1906, Katowice, Polônia
Falecimento: 20 de fevereiro de 1972, San Diego, Califórnia, EUA
Cônjuge: Joseph Edward Mayer (de 1930 a 1972)
Educação: Universidade de Gotinga
Prêmio: Prêmio Nobel de Física
Orientador Acadêmico / Orientadora Acadêmica: Max Born

Maria Goeppert-Mayer nasceu em 1906 no então Império Alemão, em uma cidade hoje na Polônia. Com 18 anos entrou na graduação da Universidade de Göttingen, a Meca da física e matemática no início do século XX, e aos 24 obteve seu doutorado pela mesma universidade. No mesmo ano se casou com um físico americano e o casal de mudou para os Estados Unidos. Durante 30 anos lhe negaram emprego na academia devido ao preconceito contra mulheres. No entanto Goeppert-Mayer trabalhou voluntariamente em diversas universidades nesse período, tendo inclusive resolvido equações que permitiram a construção da bomba de hidrogênio.
A despeito dos obstáculos que lhe foram impostos, em 1946 ela resolveu o problema dos números mágicos introduzindo um pensamento inovador sobre a estrutura nuclear. Esqueça a gota líquida e a competição entre forças. Considere agora a interação entre todos os constituintes nucleares, as forças nucleares e elétricas de todos eles geram uma força efetiva atrativa para o núcleo como um todo. A mecânica quântica nos diz que uma força atrativa gera camadas possíveis de ocupação para os núcleons. Exatamente do mesmo modo que no átomo a força elétrica dispõe diversas camadas diferentes para os elétrons ocuparem. Assim os núcleons ocupam camadas diferentes, e quando essas camadas se completam o núcleo é mais estável do que o normal.
Desse modo Goeppert-Mayer criou a primeira teoria verdadeiramente quântica para a estrutura nuclear e mostrou que os números mágicos são nada mais que os números que completam cada uma das camadas nucleares, do mesmo modo que os gases nobres não são reativos por terem a camada eletrônica completa.
Mas os números mágicos eram apenas o começo. O modelo de camadas nucleares introduzido por ela permitia também entender a rotação intrínseca e propriedades magnéticas nos núcleos, conhecimento esse que é a base da ressonância magnética usada amplamente na medicina. Não fosse isso o suficiente a mesma teoria desenvolvida por ela também permite explicar porque os núcleos emitem radiação beta e gamma. Além disso, o modelo permite entender um outro fato notável que núcleos com números pares de prótons ou nêutrons são mais estáveis que núcleos com números ímpares.
Por essa incrível descoberta Maria Goeppert-Mayer recebeu o prêmio Nobel de física em 1963 junto com seu colaborador J. Hans Jensen se tornando apenas a segunda mulher a receber tal honraria. Três anos antes havia finalmente conseguido uma posição no departamento de física da Universidade da Califórnia em São Diego, onde lecionava apesar de ter sofrido um derrame.
Espero então que vocês tenham apreciado as grandes contribuições da professora Maria Goppert-Mayer, sem as quais nosso entendimento do mundo (e a prática clínica médica) seria muito diferente. Maria Goeppert-Mayer faleceu em 1972 vítima de um ataque cardíaco. Ela é lembrada por seus estudantes tanto pelo seu profundo conhecimento da física nuclear quanto por ser capaz de dar aulas fumando sem nunca trocar o giz pelo cigarro.
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